Em
Aparição, o narrador tem uma dupla
função:
-
apresenta o mundo diegético (da história);
-
é o protagonista da história que narra (os textos encontram-se escritos na 1ª
pessoa; o narrador é autodiegético).
Ao
utilizar a primeira pessoa anula a distância entre o narrador e o eu narrado. Apresenta uma problemática e
tem uma missão a cumprir: a de dar conta
aos outros da sua descoberta do mistério do eu, da condição mortal do homem e
do seu apelo de infinito, da sua miséria e da sua grandeza, num mundo vazio de
divindade.
O
narratário tem estabelecido
um pacto com o narrador. Este último recorda-nos a sua função de contar a
história e do ato de escrever, como uma atitude de reflexão da narrativa sobre
si mesmo o que equivale a dizer:
Aspeto
inovador de Vergílio Ferreira – interrompe a história para refletir sobre o
próprio ato de escrever e que é também uma característica da narrativa
contemporânea.
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